Comunicação Positiva – Como está sua assertividade?

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Todos nós em algum momento da vida ou em eventuais circunstâncias deixamos de lado nossa comunicação positiva. Desse modo reagimos sem assertividade: de maneira agressiva e equivocada ou mesmo ficamos apáticos, adotando uma postura passiva diante da situação. Essas formas de resposta geralmente resultam da falta de autoconfiança, levando-nos a agir sob efeito de emoções de raiva e medo sendo, portanto, formas não assertivas de interagir com os outros.

Tendemos, nesses momentos, a utilizar uma comunicação inadequada e que compromete a qualidade dos relacionamentos. Segundo uma pesquisa do IBGE, um em cada três casamentos terminam em divórcio no Brasil por falta de assertividade na comunicação, diz a pesquisa.

A assertividade diz respeito à capacidade de expressar sentimentos, vontades, e desejos de forma adequada. De fato, essa é uma importante habilidade intra e interpessoal que lhe permite atuar dentro de um padrão de comunicação positiva.
Em todas as suas interações com outras pessoas, seja em casa, no trabalho e em todos os núcleos onde você atua, a assertividade lhe permitirá expressar e defender de forma clara e eficaz suas ideias, interesses e desejos de maneira direta, honesta e apropriada, sem comprometer os seus próprios direitos e da mesma forma, você será capaz de compreender as motivações da outra pessoa.

Este artigo contém:

Aplicando a assertividade GAP (Gestos, Atitudes e Palavras)
Você NÃO é assertivo quando…
A arte da comunicação
Uma mensagem para levar para casa


Aplicando a assertividade GAP (Gestos, Atitudes e Palavras)

Uma comunicação positiva compreende a assertividade nos gestos, atitudes e palavras. Inegavelmente essa é uma forma eficiente de desenvolver uma comunicação positiva que lhe permitirá evoluir mais rápido na arte da comunicação verbal e não verbal.

Assim, ao assumir uma postura positiva diante das inúmeras situações do seu dia a dia, você estará assumindo o controle das diversas situações. Certamente você será capaz de defender seu espaço vital sem ser preciso recuar ou agredir. Em suma, entenda espaço vital como sendo seu espaço físico, mental e emocional. Através da assertividade GAP, você será capaz de agir em seus próprios interesses, e se posicionar sem aquela ansiedade indevida. Ou seja, você saberá expressar seus sentimentos sinceros sem constrangimentos ou mesmo exercitar seus próprios direitos sem negar os alheios.

Ao estar afiado no método GAP você será capaz de compreender que todo esse processo tem muito mais a ver com não ser tendencioso nem impulsivo – justamente por isso, essa habilidade se manifesta de forma madura, fundamentada e credível. Isso é pura Inteligência Emocional, você saberá ser pacífica sem ser passiva.

O comportamento não assertivo pode assumir uma de duas formas: comportamento passivo ou agressivo. Ser passivo significa não se defender. Já o comportamento agressivo não leva em consideração os direitos e sentimentos do outro.

É improvável que ambos sejam úteis em um relacionamento. Veja os seguintes exemplos:

Você NÃO é assertivo quando…

  • Enfrenta alguém sobre determinado problema e se sente constrangido;
  • Perde a cabeça quando se confronta com sarcasmos ou críticas de qualquer ordem;
  • Perde a calma com facilidade diante de situações embaraçosas;
  • Ao invés de resolver os problemas diretamente, começa a julgar ou culpar os outros e a si mesmo;
  • Sente-se pouco à vontade quando olha os outros nos olhos e vice-versa;
  • Não acha certo o que deseja ou expor seus sentimentos;
  • Por querer agradar a todos, é injusto consigo mesmo;
  • Espera que as pessoas adivinhem o que quer;
  • Foge das questões que envolvem confronto com outras pessoas;
  • Só aceita seu ponto de vista e perde o respeito pelos outros;
  • Perde a calma com facilidade diante de situações embaraçosas;
  • Ao invés de resolver os problemas diretamente, começa a julgar ou culpar os outros e a si mesmo;
  • Perde a paciência e não aceita as diferenças;
  • Não fala o que é para ser dito e espera que os outros entendam pela sua cara fechada;
  • É indireto e faz “observações cortantes” ou manifestação de impaciência
  • É inflexível, rígido de pensamento e intolerante;
  • Passa a agredir ou apontar o dedo para os outros;
  • Não sabe dizer não ou não mantém compromissos.

Pode ser bastante desafiador ser assertivo, principalmente quando o relacionamento é novo. É bem provável que você queira agradar a outra pessoa, por isso pode ser difícil se impor, mesmo que você ache necessário. Infelizmente, porém, os padrões aprendidos nos primeiros dias de um relacionamento tendem a persistir, então você precisa adquirir bons hábitos imediatamente. Saiba que ser assertivo está relacionado não ao que é certo ou errado, mas à forma pessoal de lidar com os problemas.

Antes e depois da terapia

O quadro abaixo nos foi apresentado por um casal que passou por um processo de terapia das relações conjugais. Quando nos procurou ela disse que a terapia seria “a luz no fim do túnel para o relacionamento”. Eles estavam a um passo da separação. Entretanto as sessões transcorreram com sucesso e especialmente as envolvendo assertividade, que despertou muito o interesse de ambos.

Hoje esse casal convive em um relacionamento saudável e harmonioso. Ficamos muito felizes ao receber um e-mail com um quadro que eles molduraram e fixaram na parede do quarto do casal. Esse quadro mostra o padrão de comportamento deles antes e depois da terapia.

O ANTESO DEPOIS
Esgotamos a comunicação, não dava para conversar. Era melhor não falar para não se aborrecerConversamos sobre tudo de forma gentil e, mesmo quando ocorre algum desentendimento, conversamos para esclarecer, sem gritos
Trazer coisas negativas do passado para justificar o “não fazer no presente” ou ainda, trazer sempre para discussão assuntos antigosO passado ficou para trás e procuramos pensar só nas coisas boas
Cobrar sexo todos os dias e não corresponderHoje o sexo não é mais cobrado. É espontâneo e tem concordâncias dos dois. Existe respeito mútuo
No sexo, o que seria preliminares, na verdade era um ataque direto e rápido nas partes íntimasHoje as preliminares são cheias de carinho, afeto e com novidades
Não tinha prazer nos relacionamentosTemos prazer de estar na companhia um do outro, conversando, rindo no relacionamento íntimo
Não aceitar sair, passear, viajar… Tudo é gasto e perda de tempo. Aproveitamos o tempo de qualidade na companhia um do outro, flertando e até namorando.
Relato de M. e M. casados há 23 anos e que procuraram ajuda na terapia de casal para superar os problemas


A arte da comunicação

A arte da comunicação GAP de assertividade está em você saber se sentir bem quando diz SIM e quando diz NÃO e saber que nada é definitivo porque você não precisa acertar sempre, nem dar satisfação a todos, por tudo. A comunicação GAP tem muito mais a ver com não ser tendenciosa nem impulsiva e, justamente por isso, essa habilidade se manifesta de forma madura, fundamentada e credível.

Sugiro a você e seu par lerem esse tópico e aproveitarem a oportunidade para juntos treinarem a assertividade e conversarem sobre o que deve ser aprimorado na comunicação de vocês. É importante você e seu par ter em mente que a mudança é um processo contínuo. Portanto, quando se perceber agindo com impulsividade diante de uma situação e constatar não ter sido assertiva, não se culpe e nem a seu par se o ocorrido for com ele.

Ao contrário, use essa oportunidade para identificar os sentimentos que levaram você ou seu par a agir de forma não assertiva e realizar as mudanças comportamentais que se fizerem necessárias. Saiba que a humildade nesse momento é fundamental e pedidos de desculpas é o passo mais assertivo para a ocasião.

Uma mensagem para levar para casa

Existem vários fatores que contribuem para que um relacionamento conjugal seja harmonioso e feliz. Em primeiro lugar o casal deve ser capaz de construir uma relação pautada numa amizade verdadeira, onde sentimentos de carinho, admiração, confiança e comprometimento sejam mutuamente vivenciados. ​Ambos devem estar bem familiarizados com o universo do outro e nutrirem perspectivas positivas em relação a si próprio, o outro e em relação ao futuro do relacionamento. Além disso ambos devem ser capazes de gerenciar os conflitos inevitáveis e inerentes a uma relação à dois e estarem envolvidos na criação de um significado compartilhado de família e amor em suas vidas.

​Entretanto é importante considerar que mesmo o casal que domina todas essas habilidades, que são afetuosos, solidários e apaixonados, também vivenciam momentos não tão perfeitos. Assim como qualquer outro casal, eles também discutem e em determinados momentos se veem em conflitos de difícil resolução, seja no aspecto sexual, emocional ou relacional. ​Nessa hora devemos considerar a importância da terapia de casal, onde um profissional especializado poderá ajudar o casal a enxergar os pontos de luz e sombra existentes no relacionamento, possibilitando transformar os aspectos mais difíceis do relacionamento em oportunidades de crescimento, transformação e alegria.

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